"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." Charles Chaplin

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Nolstalgia


          Olhando pela janela não pude conter as lágrimas, e ao mesmo tempo que senti saudades eu me senti uma idiota.

Com o tempo as marcas das rodas dos carrinhos de rolimã começaram a sumir do asfalto negro e os dias, principalmente as noites, começaram a ficar silenciosas, sem gritos e risadas, sem canções nem o som da bola batendo no chão se escuta agora.
As coisas mudaram, não porque quisemos, mas simplesmente aconteceu. Agora não brincamos mais de esconde-esconde muito menos de polícia e ladrão. Não fechamos mais a rua para a Festa Junina e até os machucados diminuíram.
Não sei se posso por a culpa em nossa idade, agora mais avançada, ou no mundo que agora mudou. Mas estou certa de que sinto falta desses dias em que pulava corda com minhas amigas, jogava ‘béts e corria descalço até a esquina apostando corrida.
Tenho saudades de me sentar em baixo de um poste e com um pedaço de gesso ficar riscando a rua. Lembro-me de como era divertido brincar com bombinha ou colocar mamonas nos escapamentos dos carros e ficar escondida atrás de uma árvore esperando o dono dar partida.
Nunca imaginei que um dia tudo isso acabaria. Quero voltar no tempo e brincar na chuva ou pegar pombas machucadas para cuidar. Quero construir de novo uma casa na árvore ou tocar uma campainha e sair correndo.
Como era divertido brincar de “mãe da rua”, “elefante colorido”, “reloginho” e “pimball”. Amava andar de roller na rua ou brincar com minha vizinha na carriola do meu pai. Gostosas eram as noites em que caçávamos vaga lumes, explorávamos as datas vazias ou brincávamos no barro.
Era gostoso sentar na calçada e observar o movimento – que não tinha na minha rua. Nossa, como era divertido “batizar” os carros quando estes passavam: quando estávamos brincando com uma bola e um carro surgia na esquina, no momento em que ele passava nós jogávamos a bola por cima dele e começávamos a gritar.
É, estes são dias que não voltam mais e acho que foi por isso que eu me emocionei quando vi marcas de um carrinho de rolimã na Rua 11 de Março.

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