"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." Charles Chaplin

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Lygia Maier

    Bom, eu sempre fui uma menina que sonhava demais, e acho que é por isso que minhas histórias ficam boas. E acho que essa é uma boa idéia. Vamos começar... 
    Aqui está ela, atravessando o mundo, e o mais interessante, a pé. Faz quatro meses que ela vem andando sem descansos, sem cansaço, sem remorsos por ter deixado tudo para trás. Ela está feliz, e seu coração, ansioso. Seus olhos esperançosos, e verdes, olham sempre o horizonte, esperando achar aquilo que a colocou nessa jornada. 
    Nesse instante seus pés descalços afundam na terra fofa da imensa plantação de trigo. Seu cabelo vermelho, cor de cobre, balança conforme o vento e em suas mãos se encontra uma linda rosa branca. 
Seu longo e impecável vestido branco arrasta-se no chão. Ela não sente medo, sono, sede, nada. Sua maquiagem está perfeita até hoje, apesar de ter se molhado. Tudo isso porque uma imensa paz se apossou de seu corpo, e quem está mandando nela é o coração. 
    É, agora seria um ótimo cenário para nossa personagem encontrar o que procura, porém já enjoei de pôr-do-sol em minhas histórias. Essa é diferente... 
    A imensa lua já se encontra no céu, junto de milhares estrelas, e Lygia Maier continua a andar, com um pequeno sorriso no rosto. Ela já havia passado pela plantação e agora já se encontrava em um pasto. 
    Ela puxou a barra do vestido, pulando em seguida a cerca. A noite estava silenciosa e misteriosamente linda. A flor agora encontrava-se em seu cabelo, completando o seu lindo rosto, e pela primeira vez nos últimos quatro meses ela desviou seus olhos do horizonte para admirar a noite, olhar o gado. Depois de alguns segundos ela voltou os olhos para o horizonte, e o que ela viu fez seu coração bater animado. Era a silhueta de alguém. A pessoa também pareceu ficar mais animada, pois pôs-se a andar mais apressadamente. A sensação era ótima, estava apaixonada. 
    Ela parou ainda olhando o jovem se aproximar. Ele tinha ombros largos, sorriso torto. Sua pele era morena e seus olhos e cabelos eram escuros. Ele estava com uma calça branca e uma camisa social cinza desabotoada, revelando seu peito nu. Seus pés estavam descalços, e em sua mão se encontrava uma linda rosa branca. Ela não precisava saber seu nome, pois tinha certeza que era ele. 
    Ele finalmente parou. Estava a uns cinco metros de distância. Seu sorriso era imenso. Parado, fitava Lygia, que fazia o mesmo. 
    - Eu sabia que te encontraria! – ele disse, revelando uma voz rouca que era ao mesmo tempo suave. 
    Uma sensação gostosa passou por seu corpo, era como se já conhecesse essa voz. 
    - Eu também... – ela disse docemente. 
    Ela estava feliz, encantada, pois ela havia finalmente encontrado o que procurava. Ela saiu correndo e pulou em seu colo, e ele em meio a risadas a rodou no ar. 
    Lygia Maier havia encontrado o seu primeiro amor.

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